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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sobre o "virtual"

Historicamente polissêmicos, calcados em posicionamentos valorativos, os conceitos de “virtual”, e do seu habitual par categorial, o “real”, são discutidos, tensionados sob diferentes perspectivas. Reconheço a dificuldade de me arriscar pela suposta imaterialidade do “virtual”, tendo como partida (e chegada) a minha inserção na Educação Física, campo acadêmico que transita, para lidar com o corpo e o movimento, entre a construção de sua especificidade pedagógica e a sua reivindicação como uma área do conhecimento científico[1]. Basta elucidar que a gênese da Educação Física está fortemente associada às instituições militar, médica e educacional, pautadas tradicionalmente em concepções biológicas e/ou dualistas de corpo, para situar o desafio que é falar de corpos que não são aqui manifestações de um genoma ou arcabouços para a mente, mas apresentações sócio-técnicas do eu[2] criadas por pessoas que interagem a partir de cenários digitais do jogo Second Life..


Que referências podem ser usadas para delimitar o que é o “virtual”? Quais as suas características? O “virtual” se opõe ao “real”? Como esse par conceitual se revela nas interações dos sujeitos que se estabelecem nas fronteiras entre o on-line e o off-line? Que significados esses sujeitos atribuem, a partir das suas experiências, ao que é “virtual” em suas vidas? Não podemos ignorar que a opção por uma determinada concepção do que é o “virtual” (e de como este se manifesta) influencia a maneira como são analisadas as práticas da vida cotidiana que estão, direta ou indiretamente, associadas ao uso de tecnologias digitais.



[1] Sobre a constituição do campo acadêmico da Educação Física e a busca por sua identidade epistemológica, ver BRACHT, Valter. Educação física & ciência: cenas de um casamento (in)feliz. Ijuí: Ed. Unijuí, 1999.

[2] A expressão se pauta na abordagem interacionista e dramatúrgica de Goffman (A apresentação do eu na vida cotidiana). O referencial é utilizado por Maria Elisa Máximo (2006) em sua tese de doutorado intitulada “Blogs: o eu encena, o eu em rede. Cotidiano, performance e reciprocidade nas redes sócio-técnicas”. Em seu trabalho a autora analisa os blogs como um fenômeno social que engendra uma forma específica de apresentação do eu. Tratarei do uso do conceito de apresentação sócio-técnica do eu para analisar os avatares do Second Life em uma outra postagem...

FÍSICA INTERESSANTE NO SECOND LIFE

"O que é Realidade? Temos uma percepção da Realidade? Vemos as coisas como elas realmente são? Eu acredito que não! Acredito que é uma questão de convicção, não de percepção"!

As linhas acima, que trazem instigantes questões (para as quais não tenho resposta), foram retiradas do blogNATO - Física Interessante, cujo autor é um cara chamado Renato.

Nada sabia do Renato até minutos atrás. Mas há pouco ele me trouxe uma alegria. Me surpreendeu sendo o primeiro seguidor oficial deste blog. A felicidade vem de saber que alguém se interessa pelo que está escrito nas minhas postagens, e que quer saber sempre que algo novo for adicionado ao blog. A surpresa vem do fato de alguém querer seguir esse blog mesmo constatando a irregularidade da minha dedicação a esse espaço, que conta com raras publicações esse ano.

Não farei aqui uma biografia do Renato. Ele tece, nas informações que disponibiliza na rede, sua própria apresentação. Após breve navegação pelo seu blog, perfil do Blogguer, artigos publicados, listas de interesse, currículo Lattes (é o Orkut acadêmico), já posso montar uma imagem de quem é esse pioneiro seguidor do Ilhas Desconhecidas. Renato agora tem sobrenome, rosto, profissão, interesses acadêmicos, área de atuação... Sei onde e o que estudou, por onde trabalhou, e, dentre tantas informações a seu respeito, destaco uma que me traz a convicção de que deve se tratar de um sujeito bacana: não é qualquer um que rompe com a lógica produtivista predominante no currículo Lattes e insere, em sua formação complementar, um curso de degustação de vinhos! Ótimo Renato! Eu sempre procurei, nas categorias rígidas do Lattes, um espaço para registrar experiências que foram fundamentais na minha formação, como papos intermináveis com amigos, momentos de contemplação do pôr-do-sol, uma ou outra viagem de bike. Quem sabe em breve eu também não incluo um curso de degustação de vinhos, ou de cachaça mineira...

Renato é um físico, educador, interessado na relação entre tecnologias e educação. Não posso deixar de divulgar algumas de suas inspiradoras iniciativas nessa área.

"Venho desenvolvendo uma experiência de utilização de ferramentas da Web 2.0 na construção colaborativa de conhecimento durante a disciplina ‘História e Epistemologia da Física’, do curso de Licenciatura Plena em Física da Universidade Luterana do Brasil. Veja aqui a descrição do projeto. Veja aqui o artigo publicado na RENOTE : Revista Novas Tecnologias na Educação".

"Física Interessante no Second Life - Estou criando um micromundo dentro do ambiente virtual Second Life onde a Física seja diferente, para ficar ainda mais interessante! Estão convidados a visitar. Física é massa! E no Second Life, muito mais"!

Renato, seja bem vindo a essas Ilhas Desconhecidas.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A revolução das novas mídias

De que maneira as novas mídias interagem com a mídia tradicional? Como os jornais impressos estão lidando com este desafio? O que mudou e o que vai mudar na circulação da informação? Quem vai produzir conteúdos?

O programa "Globo News Especial" apresentou um debate com o tema "A revolução das novas mídias", tendo como convidados a editora executiva da Folha de S. Paulo, Eleonora de Lucena; o diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour; e o diretor de redação de O
Globo, Rodolfo Fernandes.