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domingo, 11 de novembro de 2007

A tecnologia no cotidiano

Como a tecnologia se insere no dia-a-dia? Qual a abrangência das transformações que ela traz para a sociedade? Como se dá o acesso aos diferentes mundos virtuais? Quais as barreiras se interpõem a esse acesso? Grupos aparentemente excluídos digitalmente criam estratégicas para superar essas barreiras no cotidiano? Acho pertinente pensarmos em diferentes situações onde tecnologia, cultura e cotidiano se imbricam – indissociáveis – no mundo contemporâneo. Nas próximas postagens, escreverei sobre a tecnologia no cotidiano a partir da minha observação e das minhas impressões. Para isso, usarei exemplos diversos até me aproximar do SL.

Para começar, imaginemos uma situação trivial. O telefone está chamando, mas o som do seu toque não adentra a casa mobilizando os moradores. Ninguém corre para atendê-lo. O telefone chama. Ele é móvel e está no bolso do jovem que transita pelas ruas da cidade dentro de um ônibus. O celular vibra silenciosamente em busca de atenção. Uma mão segura um skate. A outra saca o aparelho. Olhos no visor colorido: uma mensagem recebida. O texto, um chamado de letras condensadas em um português reinventado e ágil, é enfático: o caminho traçado pelas ruas da cidade deve ser alterado. Um novo ponto de encontro foi escolhido. O jovem que iria se reunir com sua turma de skatistas no parque da cidade mudou sua rota após receber uma mensagem de celular (SMS) dizendo que as manobras teriam como palco o calçadão do centro comercial.

Presente na maioria das cidades brasileiras, o sistema de antenas que garante a área de cobertura do sinal dos aparelhos celulares é apenas um exemplo do aparato técnico que está inserido no espaço urbano tão intensamente que sua presença se torna sutil. Carregamos nossos celulares e atendemos ao seu chamado como algo absolutamente “natural” e corriqueiro. Confesso que às vezes tenho a sensação de que sair de casa sem o celular é como andar seminu pela cidade.

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